segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O que a lição de casa significa para você?

Você se lembra de como era sua relação com a lição de casa, quando era estudante do Ensino Fundamental? E do Médio? Ao longo da sua escolaridade, essa relação sofreu alterações?

E hoje? O que você observa sobre a maneira como a lição de casa é vista por alunos, pais e professores? Associe as duas colunas para ver como muitos alunos veem a lição de casa.

A lição de casa é uma proposta pedagógica

A lição de casa deve ser entendida como uma proposta pedagógica e, portanto, deve fazer parte da rotina e do contrato didático. Os objetivos da lição de casa, bem como os compromissos de professores e alunos, devem ser explicitados por e para ambas as partes. Além disso, a família também tem papel fundamental na realização da lição de casa, por isso, precisa ser bem orientada.

E a parte da família?

Como os professores, a família também tem muitas dúvidas em como orientar os alunos na hora do dever de casa.
É comum familiares perguntarem a professores e coordenadores pedagógicos:
  • É para ajudar?
  • Posso corrigir?
  • Posso ensinar?
  • Quando eu quero ensinar ele diz que eu não sei.
    O que devo fazer? Devo obrigá-lo a fazer?
  • Posso deixar de castigo?
  • Será que não é muita/pouca lição?


Cabe ao professor orientar a família quanto à melhor forma de proceder na colaboração da lição de casa. Para tanto, ele precisa estar seguro dos objetivos que pretende atingir e do papel da lição de casa no processo de aprendizagem. A família é responsável por prover ambiente propício à execução da lição de casa, e esta deve ser dimensionada de maneira que o aluno possa executá-la sozinho.
Dever de casa: Questões em torno de um consenso
RESENDE, T. F. FaE/UFMG.
Neste trabalho, serão discutidos resultados parciais de uma pesquisa sobre concepções e práticas escolares e familiares em relação ao dever de casa. Irá se destacar um conjunto de dados que indicam um consenso, entre as famílias investigadas, em torno da importância dos deveres e do seu acompanhamento pelos pais, no processo de escolarização. Tem-se, como objetivos, apresentar esses dados, confrontá-los com outros resultados de pesquisa e problematizar, a partir de contribuições teóricas da Sociologia da Educação, seus possíveis significados. Considera-se que tal proposta ganha relevância à medida que, para além do dever de casa propriamente dito, procura se colocar em discussão os próprios sentidos da escolarização na sociedade contemporânea.
O dever de casa é aqui considerado como toda atividade pedagógica elaborada e proposta por professores, destinada ao trabalho dos alunos fora do período regular de aulas (Franco, 2002). Inclui, assim, exercícios escritos, leituras, pesquisas, resolução de problemas, atividades práticas, dentre outras. Dessa forma, o dever de casa é, por um lado, um dos dispositivos curriculares por meio dos quais a escola concretiza seu trabalho pedagógico. Por outro lado, como tarefa a ser realizada geralmente em casa, ele permeia também o cotidiano das famílias, redefinindo, em certa medida, o lar como uma extensão da sala de aula e constituindo, para alguns autores, o principal meio de interação família-escola (Carvalho, 2001).
A prescrição de atividades escolares a serem realizadas no espaço doméstico e o envolvimento da família com tais tarefas não constituem uma especificidade dos tempos atuais Entretanto, é a partir das últimas décadas do século XX que se vai observar um movimento mais intenso de imbricação entre família e escola, tanto com relação às práticas quanto nos âmbitos dos discursos e das políticas. Tal movimento resulta de novas dinâmicas sociais que levam a transformações simultâneas nas estruturas e nos processos familiares e escolares (Nogueira, 2005). No bojo dessas transformações, em um contexto de competitividade econômica e de valorização do capital escolar, tende-se a uma ênfase cada vez maior na prescrição dos deveres de casa e em seu acompanhamento pelas famílias, como importantes fatores de sucesso escolar (Carvalho e Burity, 2005).

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