quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Modalidades de interação escola-família

Existem vários modos de promover espaços para troca e aproximação entre a família e a escola. Estes modos podem ser mais formais - reuniões, entrevistas, palestras etc.- ou informais - organização de festas com a participação das famílias e da comunidade, organização de comissões envolvendo famílias e projetos que a escola está desenvolvendo, como uma campanha do agasalho, por exemplo.Entre as modalidades mais formais, a reunião de pais é a estratégia mais conhecida e presente nas escolas. Contudo, muitas vezes o desencontro entre a família e a escola comparece também nas reuniões de pais; por um lado, muitas vezes não há uma intencionalidade clara por parte da escola em relação aos objetivos da reunião, por outro, aqueles que são convocados a participar, pais e familiares, mostram uma certa apatia. O objetivo da reunião de pais é informar e discutir a proposta educacional e conhecer a realidade vivida pelo aluno em seu meio familiar e social. Esse encontro não deve ser pautado apenas em conselhos e recomendações. E só deve ser usado para orientar os pais como se relacionar com seus filhos se for houver clareza de que a orientação tem por objetivo o trabalho escolar.Contar aos pais o que seus filhos vão aprender ficou mais fácil com os materiais do Currículo da Secretaria de Educação de São Paulo. Isso pode até mesmo ser feito por bimestre.

Modalidades de interação escola-família

Lembramos outras modalidades de interação escola-família, contextos nos quais podem ser propostas e estratégias para tornar estes encontros mais produtivos:

  • A escola ou a família podem solicitar reuniões individuais. Trata-se de entrevistas agendadas previamente, nas quais serão tratados assuntos individuais relativos a alunos e/ou professores.
  • Reuniões temáticas ou palestras podem ser organizadas a partir de temas sugeridos pelos pais ou a partir de demandas identificadas pela escola e/ou professores. Nestes casos, os pais devem ser comunicados com antecedência sobre a data e o horário em que o evento será realizado, o tema a ser tratado e seu caráter optativo. Nestes encontros, a escola pode convidar algum especialista ou mesmo algum membro da comunidade para aprofundar o tema em pauta.
  • A escola pode convocar reuniões extraordinárias quando há um assunto ou tema considerado emergencial, envolvendo problemas que estão afetando a comunidade escolar ou parte dela, e que exigem que a escola, as famílias e a comunidade parem para refletir e propor ações conjuntas.
  • Eventos abertos ao público possibilitam que a escola possa estar mais inserida na comunidade tornando-se um núcleo de irradiação socioeconômica e cultural. A escola pode oferecer cursos, organizar festas e campanhas. Estes eventos podem contribuir para desvincular a ideia de que a presença dos pais e familiares na escola é símbolo de reclamação sobre o aluno.

Perspectivas de mudança

Filmes e textos nos falam de algumas reações negativas frente ao deficiente, ao diferente, mas também nos mostram algumas perspectivas de mudanças, principalmente quando nos voltamos para o campo educacional. Observemos a foto ao lado.


Deparamo-nos com uma situação cada vez mais corriqueira em nossas salas de aula atualmente: a presença de alunos com deficiências, interagindo e aprendendo em escolas de ensino regular. Na foto, temos uma aluna vidente trabalhando com um colega cego que faz uso de uma máquina de escrever em braile. Mas, essa interação nem sempre se deu dessa maneira. Trata-se de uma conquista recente também no contexto da educação, e ainda em processo.


Criança usando máquina de escrever em braille
(clique sobre a imagem para ampliar)

No documento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, encontramos a seguinte menção à Educação Especial:

A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico-terapêuticos fortemente ancorados nos testes psicométricos que, por meio de diagnósticos, definem as práticas escolares para os alunos com deficiência.

Este modelo, e as concepções relacionadas a ele, começou a ser mudado com a instituição de várias leis e documentos nacionais e internacionais que influenciaram sobre os direitos e as políticas de inclusão das pessoas com deficiência em nosso país. Atualmente, quando falamos em Educação Especial nos referimos à perspectiva da Educação Inclusiva a qual, segundo a Política Nacional de Educação Especial:

...passa a integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes casos e outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades educacionais especiais desses
alunos.

Educação Inclusiva e Atendimento Educacional Especializado

Segundo a Política Nacional de Educação Especial:


O movimento mundial pela Educação Inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A Educação Inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.

Desta forma, percebemos como o foco na Educação Inclusiva muda: o aluno passa a ser reconhecido como o cidadão com direito à educação e ao convívio em sociedade. Consequentemente, a ênfase que anteriormente era dada à sua deficiência e às suas dificuldades, como se estivesse sempre em defasagem em relação aos demais, necessitando se adaptar para se integrar ao meio, recai agora sobre as respostas que a escola deve se preparar para as demandas específicas por igualdade de acesso e qualidade de ensino.

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