sábado, 27 de agosto de 2011

Mod. 4 - ESCOLA E A PROFISSÃO PROFESSOR

Escola e a profissão do professor

Ao institucionalizar-se na escola, a profissão de professor deixa de ser um exercício solitário na privacidade da vida doméstica e passa a ser exercida em meio a relações complexas, entre pares, entre faixas etárias e entre gerações diferentes. Cria-se nessa instituição um tecido social, às vezes robusto, às vezes esgarçado, ao qual corresponde uma cultura que, quanto mais alunos e maior o número de escolas, mais necessita organizar-se e hierarquizar-se, resultando nas grandes burocracias do ensino dos dias atuais.

O importante a reter dessa passagem do solitário para o coletivo é que a profissão de professor torna-se não apenas objeto dos marcos regulatórios formais. Ela também passa a ser fortemente determinada por marcos culturais e psicossociais presentes nas relações de convivência e raramente formalizados. Daí que a presença de um contrato didático seja um recurso importante para manter todos focados na prioridade da aprendizagem.

O processo de regulação e institucionalização da educação escolar foi longo, complexo e repleto de contradições. A ampliação ou mesmo a universalização do acesso à escola nem sempre promoveu a democracia, um problema que não está resolvido em muitos países, entre os quais o Brasil, onde, somente no final do século XX, foi possível universalizar o acesso à escola obrigatória. A educação escolar brasileira nasceu marcada pela desigualdade social e por séculos foi privilégio de uma minoria.
A ampliação da cobertura e consequente diversidade de alunos deixou claro para os sistemas educacionais do mundo todo que a educação só contribuiria para a democracia e a justiça social se, mais do que acesso, fosse garantida uma permanência na escola que resultasse em aprendizagem para todos. No Brasil, esse reconhecimento foi tardio, nos anos 1930, quando um grupo de educadores e intelectuais lançou o Manifesto dos Pioneiros. Mas seu marco simbólico mais forte é a obra do educador baiano Anísio Teixeira, que entre os muitos livros que escreveu, sobressaiu-se um dedicado ao tema, chamado Educação não é privilégio. Ninguém havia até então expressado com tanta clareza e convicção a relação entre democracia e educação, o que fica claro na famosa frase:Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública. Disponível :
http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/
Este site foi criado pela universidade da Bahia , muito completo sobre a vida e obra de Anisio Teixeira.

A seguir, transcreve-se outro texto no qual Anísio Teixeira expressa sua visão de educação.


"A única finalidade da vida é mais vida.
Se me perguntarem o que é essa vida, eu lhes direi que é mais liberdade e mais felicidade.
São vagos os termos.
Mas, nem por isso eles deixam de ter sentido para cada um de nós.
À medida que formos mais livres, que abrangermos em nosso coração e em nossa inteligência mais coisas,
que ganharmos critérios mais finos de compreensão,
nessa medida nos sentiremos maiores e mais felizes.
A finalidade da educação se confunde com a finalidade da vida.
Anísio Teixeira





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