A prática da análise linguística
Como a língua pressupõe o uso e, portanto, a sua atualização concreta, determinada pela situação e pelo contexto de produção, necessariamente estudá-la significa olhar e tentar compreender a composição de texto (e sua correlação com o gênero que o constitui) e a situação de interação na qual ele está inserido.
Sob esse viés, estudar a língua é compreender os recursos de textualização e as normas sociais de atuação.
Eis, portanto, a prática de análise linguística.
Conforme explica o Prof. Geraldi (1984):
A análise linguística inclui tanto o trabalho sobre as questões tradicionais da gramática quanto questões amplas a propósito do texto, entre as quais vale a pena citar: coesão e coerência internas do texto; adequação do texto aos objetivos pretendidos; análise dos recursos expressivos utilizados [...]; organização e inclusão de informações etc.
Portanto, podemos dizer que:
[...] prática de análise linguística é um trabalho de reflexão sobre a organização do texto (oral ou escrito), tendo em vista a situação social de produção e de interlocução, o gênero selecionado, a seleção lexical que dá conta da situação de interação, os recursos de textualização empregados naquele contexto e as regras gramaticais necessárias para a situação de uso da língua. Lembramos que as reflexões necessárias para o uso adequado de tais recursos podem ocorrer tanto em textos prontos, já publicados, que circulam na sociedade, quanto em textos em fase de produção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário