quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Crônica de Rubem Braga

Você sentiu as mesmas emoções provocadas pelo conto de Machado de Assis? Certamente não! São textos com caráter e tema diferentes.


O que a crônica de Rubem Braga provocou em você? Responda: a leitura causou-lhe alguma emoção? Qual? Com que intensidade? Esse é o mesmo movimento que fizemos na leitura do conto de Machado de Assis, ou seja, deixamos que a subjetividade guiasse a percepção do texto.


Agora, ao invés de buscarmos algum trecho para explicar nossas emoções, vamos experimentar outra estratégia. A obra literária nos questiona, nos instiga, nos faz refletir, mas também responde, de alguma forma, ao contexto em que vivemos. Aqui está um caminho para dar sentido ao texto, estabelecendo um elo entre a ficção e a realidade. Assim, voltando à crônica, quais são as perguntas respondidas pelo texto?


Poderiam ser as seguintes. É claro que é possível haver outras questões, mas vamos ficar apenas com estas para verificar, agora, quais respostas encontramos.

Há referências do cotidiano de casamento . Qual a ideia do casamento que o texto apresenta?

"Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido aborredico com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para outro sem rir mais; e que um, ouvindo o riso do outro se lembrasse do alegre tempo de namoro, reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos" A vida do casal é tomada pelo cotidiano, que trata da relação o sentimento original do inicio do casamento, daí a caracterização com elementos negativos:

- mal-humorados;

- bastante aborredico;

- bastante irritada;

E a história por seu efeito transformador resgata a lembrança "do alegre tempo de namoro"

Como se constitui a felicidade? Há igualdade ou não?

"E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontanea homenagem à minha história."

Observamos que a estrutura social existe numa hierarquia -patrão/empregados e que nem todas as posições são de igualdade - dependentes.

Como uma história pode ter um efeito transformador?

"Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que estava doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse tanto que chegasse a chorar..."

"(...) reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos".

"Que cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse ... e tão fascinante de graça, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria."

Não sabemos de que história se trata, mas notamos que ao longo do texto, dois elementos se contrapoem : tristeza X alegria.

de um lado a tristeza que prende e cerceia a vida e, de outro, o riso que liberta.





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