domingo, 21 de outubro de 2012

Gramática a favor da leitura e da escrita

O tempo de pedir a classificação de frases descontextualizadas ficou para trás. Aprenda como trabalhar o tema durante o estudo dos textos de diversos gêneros

1. Foco no sujeito
Numa pausa do projeto de produção da revista, Silvia explicou à turma o que são os períodos simples e compostos, além da função de cada expressão ou palavra dentro das orações. Para que os alunos identificassem e classificassem o sujeito, localizassem o núcleo dele e a classe gramatical do núcleo, a professora entregou a crônica à direita, em que ela introduziu repetições intencionalmente.


O trecho abaixo é uma adaptação do início da crônica Quando Se É Jovem e Forte, de Affonso Romano de Sant'Anna. Leia-o e faça a atividade.

Uma vez uma mulher me disse: vocês jovens não sabem a força que têm. A mulher falava isso como se a mulher colocasse uma coroa de louros num herói. A mulher falava isto como se não apenas eu, mas todos os jovens fôssemos um grego olímpico ou um daqueles índios parrudões nos rituais da reserva Xingu.

De certa maneira, a mulher dizia: vocês têm o cetro na mão. E eu, jovem, tendo o cetro na mão, não o via.

Aquela frase me fez olhar a mulher de onde a mulher falava: do lugar da não juventude. A mulher expressava seu encantamento a partir de uma lacuna. A mulher se colocava propositadamente no crepúsculo e com suas palavras me iluminava.
Reescreva o texto, eliminando as repetições da expressão "a mulher".

Uma vez uma mulher me disse: vocês jovens não sabem a força de têm. Ela falava isto como se colocasse uma coroa de louros num herói. Falava isto como se não apenas eu, mas todos os jovens fôssemos um grego olímpico ou um daqueles índios parrudões nos rituais da reserva do Xingu. De certa maneira, a mulher dizia: vocês têm o cetro na mão. E eu, jovem, tendo o cetro, não o via.

Reescrita sem repetições
A professora pediu que os jovens reescrevessem o texto evitando usar tantas vezes a palavra "mulher". Eles deram conta da tarefa (veja o exemplo acima). Depois da correção coletiva, todos receberam o original da crônica e discutiram os recursos empregados pelo autor para evitar as repetições sem mudança de sentido. Por fim, Silvia listou os recursos gramaticais utilizados pelos próprios alunos durante a tarefa e fez a sistematização. "Eles reconheceram que a adaptação que eu distribuí era cansativa e pobre. A importância da releitura e da revisão do texto, assim, se tornou clara para todos."


2. Organização textual
Durante o trabalho de conceitualização do sujeito, iniciou-se a leitura de reportagens, como a mostrada à direita. Em seguida, a turma observou os elementos que ajudaram na organização textual, como pronomes e contrações, usados para evitar repetições.
Leia e identifique elementos que colaboram na organização textual

Eu tenho nome

Pipa, Bacalhau, Rolha de Poço, Quatro-Olhos, Lombriga, Nerd, Gaguinha... Na hora de inventar apelidos idiotas, a galera esbanja criatividade! Se a gente fosse fazer uma lista deles, pode apostar, ela não acabaria nunca! Essa história de ficar zoando com os amigos, colocando neles apelidos maldosos, é uma tremenda sacanagem. Quando um colega aponta o outro na hora do recreio e fala "Lá vai a Baleia fora d’água", a intenção pode até ser divertir a turma, provocando risos em uns e outros. Mas na verdade, o que acaba causando é muita mágoa em quem está na berlinda, sendo alvo da gozação. Então, nesse tipo de "brincadeira", não tem nada de engraçado, não. Atitudes que ofendem e magoam não têm nada de divertido. Quem já sentiu na pele a dor de receber um apelido desses sabe disso muito bem.

Fonte Revista Atrevidinha, nº 11, março de 2005.


Um sujeito, diferentes termos
Silvia propôs que os alunos realizassem com ela a atividade à direita. Dessa maneira, ela mostrou como os sujeitos eram recuperados pelo autor do texto para garantir a coerência dele. A turma identificou diferentes exemplos. Na frase "Se a gente fosse fazer uma lista deles, ela não acabaria nunca!", o sujeito ela (um pronome) substitui uma lista, termo já citado. Para retomar "nesse tipo de brincadeira", o autor escreveu "atitudes que ofendem e magoam".
 Complete o quadro com os sujeitos relacionados aos verbos da primeira coluna e com a forma alternativa como são citados.




Verbo
Sujeito
Outra forma como aparece no texto
EsbanjaA galeraNão aparece
Fosse fazerA genteNão aparece
AcabariaElaUma lista
ApontaUm colegaOculto
Acaba causandoUm colega (oculto)Um colega
TemNesse tipo de brincadeiraAtitudes que ofendem e magoam
TêmAtitudes que ofendem e magoamNesse tipo de brincadeira
SabeQuem já sentiu na pele a dor de receber um apelido dessesNão aparece


 3. Produção de parágrafos
Antes de a turma escrever as reportagens, Silvia propôs um desafio: organizar alguns dados em períodos bem elaborados, articulados entre si e sem repetições. Eram nove parágrafos, como o mostrado à direita, que formavam o texto Ser Famoso Não É Troféu. Para ajudar, ela apresentou uma lista de pronomes e expressões de explicação e causa, citação, oposição e conclusão, além das temporais. Cada aluno passou seu texto para um colega revisar. Na hora da correção coletiva, todos receberam um modelo com uma das possíveis construções para comparar com as suas e depois socializaram as diferentes formas de produzir os parágrafos.

Organize as informações apresentadas em parágrafos. Eles devem formar um texto coeso.

Dados O professor de teatro Beto Silveira, de 54 anos, tem uma opinião. Essa opinião é uma má notícia para quem acredita já ter nascido pronto para ser artista. A opinião do professor Beto Silveira é a de que o segredo do sucesso na profissão é trabalho e não talento. "Acabou o tempo de pensar que os artistas são inspirados por Deus."

Parágrafo

Segundo o professor de teatro Beto Silveira "acabou o tempo de pensar que os artistas são inspirados por Deus" - má notícia para aqueles que acreditam ter nascido prontos para o sucesso.


 

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