Proposta de atividade– recursos linguísticos/Analise linguística
Outro recurso linguístico fundamental ao gênero relato histórico são os tempos verbais, dos quais podemos observar os seguintes casos: recorrência de verbos do pretérito perfeito revelados em: “foram” (linha 5), “incorporou” (linha 9), “foi” (linhas 9 e 10), “popularizou” (linha 10), “chegou” (linha 13), “passou” (linha 16), “trouxeram” (linha 17) e “tornaram” (linha 18). (p. 194)
Além dos recursos linguísticos vistos até aqui, Costa-Hübes salienta que é importante destacar alguns outros que também contribuem para a construção de sentidos no texto.
- Advérbio “já” (linha 2) possibilita a compreensão de que, se Nero já saboreava sorvetes no ano 60 d.C., então sua invenção remete-se a um tempo ainda mais remoto.
- Advérbio “também” (linha 7) nos conduz à interpretação de que não eram somente os romanos que se deliciavam com suas iguarias. Os chineses “também preparavam suas especialidades” (linha 7). Da mesma forma, a palavra "também” (linha 12) garante essa ideia de adição, induzindo-nos à compreensão de que, no Brasil, assim como nos Estados Unidos, o sorvete chegou no “século passado” (linha13).
- A palavra “assim” (linha 12) funciona como um recurso coesivo referencial, pois reporta à informação anterior “expansão rápida no comércio do segmento” (linhas 11 e 12).
- A expressão “passou a incorporar” (linha 16) nos remete à leitura de que somente então, com o “aprimoramento das máquinas e o posterior avanço tecnológico” (linha 15) novos ingredientes e técnicas foram utilizadas no preparo do sorvete. Até aquele momento, mesmo com “produção industrial do alimento” (linha 12), isso ainda não havia acontecido.
- “Grande valor nutritivo” (linha 19) do sorvete se deve a elementos como “leite, açúcar, glicose, emulsificante, gordura vegetal, aromas, corantes e frutas naturais” (linhas 17 e 18) e podemos questionar: até que ponto tais ingredientes são realmente nutritivos e benéficos à saúde?
- “Se imagina” (linha 2), pela sua indefinição, remete a todos nós, leitores do texto, e ainda a outras pessoas.
- Adjetivo “grandes” na expressão “grandes admiradores” (linha 5) possibilita-nos entender que os chineses gostavam muito de sorvetes, mais do que qualquer outra civilização da Antiguidade. Portanto, “grandes” é empregado no sentido de intensidade e não de tamanho. (196)
- Ao denominar o sorvete de “especialidades” (linha 7), garante-se a ideia de que os chineses não preparavam apenas um tipo de sorvete, mas “utilizando a neve” (linha 6) variavam em suas iguarias.
- Ao empregar a palavra “segmento” (linha 12), embora retome “sorvete” (linha 1), acrescenta-se mais informações à palavra, induzindo à leitura de que os negócios, envolvendo produtos da produção do sorvete, foram ampliados. Por isso, segmento.
- Ao empregar a forma verbal “consta” (linha 2 e 13), o autor exime-se de toda responsabilidade do que está dizendo, atribuindo esta, no primeiro caso, a “alguns livros” (linha 2) que não sabemos quais são e, no último caso, à história.
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